A banda pernambucana lançou recentemente seu primeiro álbum, “Eu tô muito é pior” e já acumula milhares de ouvintes pelas 8 faixas.
Nascida em Recife no período pandêmico de 2020, a banda Hóspedes da Rua Rosa é formada por Johnny Sousa (bateria), Talita Cordeiro (guitarra e vocal), Victor T. Sales (baixo) e Vinícius Marçal (voz, guitarra e flauta transversal). O nome escolhido pelo grupo trata-se de uma homenagem ao local onde os quatro amigos se reuniam para tocar juntos antes da criação da banda, que posteriormente também foi sede de seus primeiros ensaios.
O lançamento de estreia da banda aconteceu no dia 8 de julho. O single “Não Inventa“, que também abre o disco “Eu tô muito é pior”, lembra muito o som da banda O Terno, mas tem elementos muito próprios dos Hóspedes. A canção fala sobre a idealização de uma pessoa, de um amor e como podemos nos perder disso. Com direção de Pietra Couto e Caio Arruda, o videoclipe ilustra perfeitamente a letra da música, conseguindo reforçar a mensagem que a música busca passar.
Seguimos para “Volta, Volta…”, esta com batidas e guitarras que fazem do som um rock tropical, em minhas palavras. “A Dama” foi o segundo single dos Hóspedes e é a terceira faixa do disco. A canção fala sobre amor, mas em um tom brincalhão, fazendo referências a cartas de tarot do baralho convencional. Na sonoridade, é misturado samba-rock, maxixe, e surf music, saindo da forma convencional de falar sobre amor. A harmonia é guiada por um violão bem rítmico, percussões pernambucanas e uma flauta transversa.
Também com direção de Pietra Couto e Caio Arruda, este videoclipe brinca com o clima alto astral da música, deixando-a ainda mais divertida.
“Do Avesso” foi o single que antecedeu o lançamento do disco. Esta deixando a voz de Talita em evidência, sem deixar de fora as batidas e guitarras que marcam o som da banda. “Monotonia” traz a participação especial de Matheus Miguel, poeta e declamador recifense criador do Poesia nas Estrelas.
A faixa 6, “Bicho Papão” dá uma desacelerada no disco. Pelo menos nos primeiros minutos, quando estamos entregue a melancolia, refletindo sobre medos com Vinícius. Quando está chegando ao final, a música cresce como um grito e em uma sonoridade animada, que nos leva a viajar com a música. Uma das melhores do disco. “No Hoje Não Dá” é a faixa mais longa do álbum, com 5:19. Essa sim é a faixa mais melancólica da obra, tanto na composição, quanto na sonoridade.
“Eu tô muito é pior”, faixa que dá nome ao disco, o finaliza. E não poderia finalizar melhor! A música tem um pouquinho de tudo o que foi ouvido anteriormente e mostra que os Hóspedes da Rua Rosa conseguiram desenhar uma identidade musical e defini-la muito bem. Eles exploram ritmos do mundo todo, sem deixar de lado suas raízes brasileiras e pernambucanas, fundindo estilos como indie rock e música alternativa ao maracatu, frevo, brega e samba rock, o que deixa o som do grupo muito único. E isso é mais que comprovado ao longo dos 31 minutos e 37 segundos de álbum.
“Eu tô muito é pior” é apaixonante! Na verdade, me apaixonei pelo som da banda pernambucana desde a primeira faixa que ouvi (A Dama). Através das oito músicas, os Hóspedes nos mostram seu enorme potencial em ser uma grande banda no Brasil. Escrevo este texto sinalizando que devemos prestar atenção nesse grupo e, definitivamente, hospedá-los em nossas bibliotecas musicais.