Paloma é cearense, natural de Juazeiro do Norte, mas já morou em Salvador, São Paulo e Portugal. Ela também é cantora, compositora, atriz, produtora e desenhista de som. Com toda essa bagagem, Paloma decidiu que estava na hora de estrear na música e lançou “Ascendente em Gêmeos”. Mas isso é só uma parte de toda a história que ela compartilhou com o Anota o Som, confira abaixo:
Primeiro, você deve estar se perguntando quem é Paloma? Segundo a própria, “Sou cearense, de essência porque nasci no Ceará. Sou viajante também de essência, não consigo me pensar em um lugar só, gosto de tá sempre migrando e sou artista desde sempre”. Por onde cresceu, só tinha ela de Paloma e em diversas situações apontavam que “só podia ser Paloma”, por isso e pela piada de que artistas como Beyoncé e Madonna não precisam do sobrenome que Paloma é apenas Paloma. Na verdade, o pensamento da artista foi: “se eu acredito no meu trabalho e se meu trabalho vai ser relevante, vai ter uma hora que as pessoas vão saber quem é a Paloma”. Inclusive, no Instagram seu @ é sopodiaserpaloma.
“Ascendente em Gêmeos” foi feita entre 2014 e 2015 e ficou anos guardada, mas sem pretensão. Durante esse tempo, a artista se formou em Cinema “meu TCC foi uma trilha sonora para um filme. Eu estava no cinema, mas estava dentro da música”, relembra. Paloma estava pensando em fazer mestrado quando a pandemia chegou ao Brasil. Com o isolamento, ela resolveu ‘pegar’ sua música de volta. “Comecei a tocar e coloquei ela no YouTube e teve uma resposta muito boa e eu tava muito solitária com a pandemia, né? Então a resposta foi maravilhosa pra mim”, conta. O título da canção foi escolhido pelos seguidores de Paloma, que já começou interagindo com seu público.
O single foi todo produzido por Paloma, que também idealizou a arte da capa. “A maior parte dos instrumentos sou eu quem toco, quando não estou tocando, eu estou gravando outra pessoa tocando, então estive sempre ali”, afirma. Embora este tenha sido o primeiro lançamento da cantora, ela já estava familiarizada com o estúdio. “Durante a pandemia, trabalhei produzindo jingles e foi uma escola (…) fui pro estúdio pela primeira vez gravar jingles e pensei: se consigo fazer isso, eu acho que consigo fazer uma coisa com mais instrumentos”, foi então que ela chamou dois amigos para tocar com ela e em um mês esse trabalho estava finalizado.
Apesar de estar lançando seu primeiro single, a artista já tem uma longa história com a música. “Em casa, eu era tipo a cantora do quarteirão. Eu sentava com meu violão, tocando Clarice Falcão na calçada e atraia meu público de 10 pessoas, de segunda à sexta”, conta. Além disso, era conhecida entre os amigos por criar músicas sobre diversas situações vividas por eles. Quando foi para Cachoeira, no Recôncavo da Bahia, se juntou à uma banda de rock feminista, Flor Orgástica. “Tínhamos um público nas festas da faculdade, mas não tínhamos a pretensão de sair por aí cantando pelo mundo, a gente era a banda de Cachoeira”, afirma Paloma.
Após ter conquistado Cachoeira com a banda, foi para Portugal fazer intercâmbio e estudar música. “Surgiu a oportunidade de uma bolsa da universidade e de 2018 a 2019 foi como meu ano sabático para estudar música”, conta. Até então, toda a carreira de Paloma era conhecida só por quem viveu isso com ela de alguma forma, pois ela ainda não estava no meio digital. Foi aí que ela foi obrigada a criar um Instagram: “Comecei a trabalhar e a empresa pediu para criar um Instagram e eu criei, mas nem olhava pra ele. Só na pandemia mesmo que fui olhar para ele. Foi aí que eu fui pro mundo”.
Sobre planos futuros, Paloma informa de maneira descontraída: “Primeiro é trabalhar ‘Ascendente em Gêmeos’, andar com ele embaixo do braço, batendo nas portas e dizendo: escutem minha música porque eu acho que vocês vão gostar, só que vocês não estão sabendo ainda que ela existe”, mas afirma: “Estou voltando pra Salvador e pretendo lançar um novo single ainda esse ano!”. Como spoiler, ela já adiantou que a música foi feita com o compositor angolano Gerson e é a primeira música que ela compôs em parceria. “Eu passei ela (a música) na frente de todas. Eu adorei conhecer essa sonoridade de outro país (…) pensei: preciso gravar! Mas eu preciso gravar na Bahia porque a sonoridade pede uma produção baiana”, destaca.
Enquanto aguardamos esse próximo trabalho, podemos apreciar e compartilhar “Ascendente em Gêmeos” por todo lugar.