Há quem pense que, em Salvador, as pessoas só escutam axé e pagodão. Inclusive, os festivais que rolam aqui quase sempre investem nos mesmos ritmos. Mas bandas como a Lagum têm um público fiel na capital baiana (e uma galera nova chegando também!). Durante o show, interagindo com o público, o vocalista Pedro Calais perguntou quem já havia ido a um show da Lagum da cidade e quem estava ali pela primeira vez: acredite ou não, mas foi 50/50. Ou seja, a banda tem sim público em Salvador.
A turnê As Cores, as Curvas e as Dores do Mundo desembarcou na capital baiana no dia 16 de novembro, na Pupileira. No mesmo dia, rolava um show de Maria Bethânia na Concha Acústica e, vocês sabem, Lagum é pop rock, mas também flerta com a MPB. Nada disso impediu que a Pupileira estivesse lotada para receber a banda mineira.
Em entrevista ao Anota o Som, o Pedro falou da surpresa que sempre é tocar no Nordeste: “É sempre uma surpresa de público, a galera aqui é muito diferencialmente quente, sabe? O público aqui canta muito mais alto, pula muito mais alto, vai muito mais no aeroporto, então a gente é sempre surpreendido com muito carinho quando vem pra cá.”
E não é só eles no palco que sentem isso não, tá? Como público, senti uma energia única, aquela troca boa que eles entregam do palco e a galera recebe e devolve com força. É absurdo. Além disso, tudo no show é insano: a banda é muito boa, é muito rock’n’roll! As luzes conversam com as músicas e deixam tudo mais intenso ainda. Toda vez que passo por um show deles, saio mais fã.
A cada apresentação, eles têm feito um setlist diferente, com direito a votação nos stories da @lagumoficial. Para uma banda com cinco discos bem sucedidos, é difícil agradar 100% do público que ama todas as músicas, mas acho que nesse show eles conseguiram! Foram 27 músicas em 1h30 de show. Literalmente uma música atrás da outra (não sei como eles conseguem fazer isso tão bem).
Algumas das músicas mais pedidas são as do primeiro disco, Seja o Que Eu Quiser (2016). Neste show, fizeram parte do setlist “Fifa” e “Pra Lá de Bagdá”, essa última, segundo Pedro, foi um pedido dos fãs que encontraram a banda no aeroporto mais cedo. Obrigada, fãs!
Lagum é uma das melhores bandas da atualidade, e acho que basta escutar para concordar. A música brasileira estava precisando de um pop rock como o deles e, felizmente, eles estão cada vez mais conquistando esse espaço. Prova disso foi o convite para abrir os shows de Imagine Dragons no Brasil, em Minas Gerais, Brasília e São Paulo.
Sobre esse grande momento da Lagum, Chico (baixista) contou: “Foi nosso recorde de público, em São Paulo acho que a gente fez (show) pra 63 mil pessoas e eu acho isso que agrega uma experiência e uma energia muito importante pra banda, já que a gente vislumbra o nosso crescimento e quem sabe os estádios também no futuro… Certamente botou a gente num patamar acima em todos os sentidos possíveis que uma banda pode ter.”
É sempre bom ver bandas brasileiras tão boas tendo um crescimento sólido e é isso que está acontecendo com a Lagum. As letras e a sonoridade são únicas, e conquistam quem escuta. Vida longa à Lagum!
